sexta-feira, 15 de julho de 2011
No Garrão de Um Milonguear
Em
Um canto livre de torear a madrugada
C
Me achou de espora calçada
B7
No garrão de um milonguear
A despertar sobre o lombo da coxilha
Em
Um retouço de tropilha com braseiros no olhar...
Em
Lua imponente, china linda andou ausente
C
Veio vestir de crescente
B7
Meus costumes galponeiros
Am G
Me fiz inteiro canto largo de querência
B7 Em
E afoguei todas ausências que habitavam meu sombreiro
(refrão)
Em
Venho templando as choronas,
C B7
Sovando carona nalgum redomão
E esta milonga gateada
Redomoneei nas estradas
Em
Sovando gaita e violão
Em C B7
Em
Em
Por ser mais livre que a tormenta que se expande
C
Tenho a estampa do Rio Grande
B7
Das peleias ancestrais
E me fiz terra quando os clarins ressoaram
Em
E os centauros encilharam na defesa de ideais
Em
Por isso canto a torear a madrugada
C
Sempre de espora calçada
B7
No garrão de um milonguear
Am G
A despertar sobre o lombo da coxilha
B7 Em
Minha pátria farroupilha que algum dia há de voltar...
(refrão 2x)
(outro) Em (2x) C B7 (2x)
Am G F#m Em
Hospital de Guerra
Tom: G
G D7/F#
Batalha e resto de povo
C G
No luto em busca de terra (2x)
G D7/F#
Encontram-se pranto e sangue
C G
Gemendo a sobra da guerra (2x)
G D7/F#
Batalha e resto de povo
C G
O mesmo sangue da terra (2x)
G D7/F#
Mais um que tomba em combate
C G
Provando o triste da guerra (2x)
63-50-51-52
B7 Em
Genuíno,traz a tesoura!
63-50-51-52
B7 Em
E mais um ramo de malva
C G
Quem sabe a bênção do campo
D7/F# C G
O braço guerreiro salva...
63-50-51-52
B7 Em
Genuíno,mais fumo e cinza
63-50-51-52
B7 Em
Que aqui requer benzedura
C G
E o doutor tenente disse
D7/F# C G
Que em guerra a fé também cura (2x)
Recitado:
"No leito pilchas farrapas
Tingidas pelas batalhas
No campo sangue de heróis
Que não ganharam medalhas
O lenço cai do pescoço
Transforma-se em atadura
E o olhar de campo e dor
Tem medo da sepultura!"
G7 C
Batalha e resto de povo
G
No luto em nome da terra
D7/F#
João Guerreiro fecha os olhos
C D7/F# G (C,G) 2º vez
Provando o gosto da guerra
C G D7/F# C C G
ueraie ueraie laeraa laeraa lairaaa
Firma a Rédea Marculino
Tom: G
Int.: G D7 G
G
Um zaino boca esfolada
Corcoveou com o Marculino
Mas o nego que é ladino
A7 D7
Não reza porque não chora
Am
Mil perdão nossa senhora
D7
Que a religião na fronteira
Se batiza na mangueira
G
Com bagual pateando a espora
Firma a rédea marculino
Apruma o corpo de gato
Que um campeiro é carrapato
A7 D7
No bagual que corcoveia
C
Me garante essa peleia
G
A ferro e acabo de mango
D7
Que hay carrerada e fandango
G
Nos campos do seu Gouveia
Trago um santo galponero
D7
Me desculpem as batinas
Que já roubei muita china
G
Cantando e sovando pingo
G7
E fantasias de gringo
C
Na luxuria das igreja
C#° D7
Não combinam com vareja
G
No charque do meu domingo
Firma a rédea marculino
Apruma o corpo de gato
Que um campeiro é carrapato
A7 D7
No bagual que corcoveia
Am
Me garante essa peleia
D7
A ferro e acabo de mango
Que hay carrerada e fandango
G
Nos campos do seu Gouveia
G
Quem sabe é nessas carrera
Que gritemo sem reserva
E juntemo uns troco pra erva
A7 D7
Nas pata da colorada
C
E até as boca pintada
G
Se agradem das pilcha nova
D7
E peçam segunda sova
G
No cair da madrugada
Entre o Basto e o Chapéu
Tom: A
A
Peonada buena repontando a gadaria
E7
Antes que o dia ponha o tom no azul do céu
D/F#
Já quebram vento no pelo da cavalhada
E7 A
Alma encordoada entre o basto e o chapéu
A
Pego-lhe o grito corretiando as chimarronas
E7
Engrosso o timbre pra cantar nas madrugadas
D/F#
Bem redomão este gateado que hoje encilho
E7 A A7
Já sabe o trilho e o rigor das invernadas
D/F#
É um nobre hino este som que vem da pampa
C#m
E embala a estampa de homens livres da ganância
Bm
A calejar tempos e sonhos de a cavalo
E A A7
Antes que o galo queira despertar a estância
D A Bm7 E7 Em A7 D A E7 A
A
Carrega o corpo este é pingaço Julio veio
E7
Se vai ao mato a mascarada do patrão
D/F#
Leva-lhe a mão no doze braça e empurra a trança
E/D E A
Que ela se amansa quando o pealo entra nas mão
Tiniu a espora do ginete preto soares
E7
Vem pelos ares um bagual mouro bragado
D
Que se topou com a bravura dum fronteiro
E7 A A7
Garrão campeiro de lidar co´s aporreados
Empurrando As Morena
Tom: G
G D7
fui num baile na véia Uracila,
(C) G
Fim de esquila que a indiada se abugra- BIS
G7 (C) C (G)
Os cavalos deixemo encilhado
A (D7) D7 (G)
E os pelego virado com medo da chuva -BIS
G D7
Já no mais escondemo um veneno
(C) G
Vinho bueno debaixo do pala - BIS
G7 (C) C (G)
E adentremo arrastando as chilenas
A (D7) D7 (G)
Empurrando as morena pro meio da sala- BIS
C G
Na penumbra o finando Lautério
C G
Por gaudério faceiro e borracho
A (C) D7 (G)
Não perdoava mulher com marido
A (D7) D7 (G)
Assoprava o vestido e bombeava por baixo -BIS
C G
E Ponciano que nunca foi santo
C G
Lenço branco à meia-costela
A (C) D7 (G)
Ouve a gaita e a rancheira sacode
A (D7) D7 (G)
Esfregando o bigode na véia Miguela - BIS
G D7
É por isso que eu rezo
(C) G
Num floreio de gaita e pandeiro
G7 (C) C (G)
E amanheço arrastando as chilenas
A (D7) D7 (G)
Empurrando as morena num baile campeiro
Dentre Os Confins da Cordeona
Tom: C
Am Am/G F
Dentre os confins da cordeona, em escalas dormidas
Em Am Dm
Ficam o segredo da vida de quem tem ela por dona.
E7 Am
E a alma velha chororna, sai do gaiteiro mais taita,
Dm C Bm7(b5) G#º Am
E faz morada na gaita que corcoveia e se entona.
Am Am/G F
A gaita vista por fora, por certo nos impressiona,
Em Am Dm
Mas o interior da cordeona é o que de fato apavora.
E7 Am
Um cosmo que canta e chora numa engrenagem oculta
Dm C Bm7(b5) G#º Am Bm7(b5) Am
Que bem tocada resulta nessa alquimia sonora
( 55-42-44-45-32-34-35-23-25-12-13-15-13 )
G C D Am Am/G B7
Entre os confins da cordeona, vive a Querência ao avesso.
Em C D Am Am/G B7
O fim retorna ao começo, numa canção temporona
Em C D Am Am/G B7
A alma foge, gaviona, mas volta ao mesmo endereço
Em Em/D Am B7 Am G B7 Em
Vive a Querência ao avesso dentre os confins da cordeona.
"Vejo o gaiteiro cismando, misto de gente e de vento,
Como a juntar sentimento pra encher o fole soprando.
Guarda seu eu, esperando na vocação que apriosiona
Entre os confins da cordeona, pra libertar-se tocando."
( 55-42-44-45-32-34-35-23-25-12-13-15-13 )
G C D Am Am/G B7
Entre os confins da cordeona, vive a Querência ao avesso.
Em C D Am Am/G B7
O fim retorna ao começo, numa canção temporona
Em C D Am Am/G B7
A alma foge, gaviona, mas volta ao mesmo endereço
Em Em/D Am B7 Am G B7 Em
Vive a Querência ao avesso dentre os confins da cordeona.
Chote Fronteriço
Tom: C
C G
Num trote largo assim bandeei a Serrilhada
C
A tropilha toda na estrada no rumo de Vichadero- (bis)
F C
Semana santa - poncho e espora-
G C
Nossa senhora vem na aba do sombreiro- (bis)
C G
Lavei a cincha na cruzada do São Luiz
C
Me basta pra ser feliz um par de rédeas Na mão- (bis)
F C
Semana santa - alma na estrada-
G C
Vida encordoada com a cordeona de Botão- (bis)
Am G C
Será meu vicio antigo que hoje teima Em andejar?
Am G C
Será pela saudade que deixei do lado de Allá?
C G
Rimo o pelego com a badana de pardo
C
E um preparito prateado redobra o Brilho de zaino
F C
Sombreiro largo: cruzo a fronteira
G C
Alma estradeira batizada de minuano
C G
Em cada espora meu destino Fronteiriço
C
Traz o campeiro feitiço de torear céu e coxilha
F C
Semana santa - alma na espora-
G C
Nossa senhora vai no rumo da tropilha.
Chote e Recado
Tom: C
Intro.: G7 C Bb F C G7 C
C G7
Sabor de mate, brilho de estrela
C
Leva um recado de um cantador
Am F
Que por humilde “bajo la luna”
C G7 C
Compôs um chote para uma flor
Am G7
Tenho um rosilho bem tosado e já liviano
C
Que amansei já mais de ano pros caprichos da paixão
Am F
E uma cordeona oito soco de fronteira
C G7 C
Que floreio na maneira de agradar teu coração
G7
Sabor de mate, brilho de estrela
C
Leva um recado de um cantador
Am F
Que por humilde “bajo la luna”
C G7 C
Compôs um chote para uma flor
C G7 C F C G7 C G7 C G7 C
G7
Cantar da noite, água de sanga
C
Falta escramuça na cavalhada
Am F
Daqui uns três dias, me sobra uns “pila”
C G7 C
Encilho a alma e to na estrada
Am G7
Levo a cabresto uma pintura de mouro
C
Um presente de namoro, tranco bueno pro selim
Am F
E de retorno, chimarita do banhado
C G7 C
Quero um sorriso estampado neste rosto de jardim
C G7
Sabor de mate, brilho de estrela
C
Leva um recado de um cantador
Am F
Que por humilde “bajo la luna”
C G7 C
Compôs um chote para uma flor
Chamando Tropa
F#
Nem bem a tarde lobuna assombrou o outono
C#m
Me achou empurrando tropa num chamamé
B F# D#7
O gado em pelo de maio e sina marcada vai pra charqueada
C#7 F#
Boqueando poeira de estrada rumo a Bagé
F#
Não fosse "os tempo" de tropa grito e cachorro
C#m
Não fosse "as volta" do Inácio que é bom ponteiro
B F# D#7
Bandeava o São Luiz com chuva tormenta e raio estropeava o baio
C#7 F#
Altar de campo e distância irmão tropeiro
Refrão:
B F# A#m
Vai num mouro bueno Inácio Leal
D#7 G#m
chamando a ponta da tropa que nega a água
C#7 B A#m G#m F#
Deixando a querência perdida lá no Uruguay
F#
Cambona cincerro espora o arreador
C#m
Mugido e grito de "venha...arrrarrrá...se foi!..."
B F# D#7
No rastro do contrabando eu conheço o pago e venho cansado
C#7 F#
De tanto muda cavalo pechando boi
F#
São Pedro protege "os bueno" que vem na lida
C#m
De poncho a escorrer na anca pesado e frio
B F# D#7
E sabe que nada a tropa na ferraria que judiaria
C#7 F#
Mesclando poeira de estrada e espuma de rio
(Refrão)
Tua Paz
Tom: G
G7M Cm9 G7M Cm
G Cm G Cm
Dia, meu dia, minha luz
G Cm G Bm7 E7
O amor, uma flor, lua, encruzilhada
Am Am/G D7 C/D D/C
Basta a lembrança do olhar
Bm E7 Am G#7(#11) G Cm
Pra o coração ancorar no teu cais
G Cm G Cm
/Ah... essa dor de partir
G Cm G Bm E7
Deixar um querer e pegar a estrada
Am Am/G D7 C/D D/C
Buscar o teu céu por aí
Bm E7 Am G#7(#11) G Dm7 G7
Sentir o sofrer, meu bem querer quanta ausência/
C7M D/C
(A vida é que me fez assim
Bm E7(11)
Cantar a dor, o não, o sim Bis
Am Bm C7M C/D G7M Dm7 G7
Tua paz, o abraço, tudo enfim)
Int. C7M D/C Bm7 E7(11) Am7 Bm7 C7M C/D G7M
/ /( )
Tertúlia
Tom: C
C G7 C
C G7
(Uma chamarra uma fogueira
E F
Uma chinoca uma chaleira
Ebº C
Uma saudade, um mate amargo
G7 C Bis
E a peonada repassando o trago
G7
Noite cheirando a querência
C
Das tertúlias do meu pago)
G7 C
Tertúlia é o eco das vozes perdidas no campo afora
G7 C
Cantiga brotando livre novo prenúncio de aurora
E F Ebº C
É rima sem compromisso julgamento ou castração
G7 C
Onde se marca o compasso no bater do coração
( )
G7 C
É o batismo dos sem nome rodeio dos desgarrados
G7 C
Grito de alerta do pampa tribuna dos injustiçados
E F Ebº C
Tertúlia é o canto sonoro sem fronteira ou aramado
G7 C
Onde o violão e o poeta podem chorar abraçados
( )Int.
Recuerdos da 28
Introdução:(Gm D7 Gm) G7 Cm D7 Gm
D7
De vez em quando, quando boto a mão nos cobres
Gm
Não existe china pobre, nem garçom de cara feia
D7
Eu sou de longe, onde chove e não goteia
Gm
Não tenho medo de potro, nem macho que compadreia
D7
Boleio a perna e vou direto pro retoço
Gm
Quanto mais quente o alvoroço, muito mais me sinto afoito
D7
E o chinaredo, que de muito me conhece
Gm
Sabe que pedindo desce, meu facão na "28"
D7
Remancheio num boteco ali nos trilhos
Gm
Enquanto no bebedouro mato a sede do tordilho
D7
Ouço mugindo o barulho da cordeona
Gm
E a velha porca rabona, retouçando no salão
D7
Quem nunca falta é um índio porco e grosso
Gm
De apelido Pescoço, da rabona ao querendão
Int.
G D7
(Entro na sala no meio da confusão
G
Fico meio atarantado que nem cusco em procissão
Gm D7
Quase sempre chego assim meio com sede
Gm
Quebro o meu chapéu na testa de beijar santo em parede
G7 C
E num relance se eu não vejo alguém de farda eu grito:
D7 G Bis
Me serve um liso daquela que mata o guarda)
D7
Guardo o trabuco empanturrado de bala
Gm
Meu facão, chapéu e pala e com licença, vou dançar
D7
Nestes fandangos, levo a guaiaca recheada
Gm
Danço com a melhor china, que me importa de pagar
D7
O meu cavalo, deixo atado no palanque
Gm
Só não quero que ele manque quando terminar a farra
D7
A milicada sempre vem fora de hora
Gm
Mas eu saio porta afora, só quero ver quem me agarra
D7
Desde piazito, a polícia não espero
Gm
Se estoura a reboldosa me tapo de quero-quero
G7 Cm
Desde piazito, a polícia não espero
F7 Bb D7 Gm
Se estoura a reboldosa me tapo de quero-quero
Int.( )
Pela Lágrima
Tom: C
(intro) G G7 C Cm D7 G C D7 G
G
Eu já nem sei se é pela poeira dessa estrada
E7 Am
Que o meu olhar se chegou hoje mais molhado
C D/C Bm E7
Ou se foi essa distância tão constante
Am D7 G
Que trouxe junto alguma mágoa do passado
Bm
Talvez nem seja pelo jeito dessa lágrima
E7 Am
Que já faz tempo anda escasso meu sorriso
C D/C Bm E7
Pois ainda tenho aquela antiga alegria
Am D7 G
Que redescubro nos momentos que preciso
E7 Am
(a lágrima é um silêncio guardado pela alma
C D7 G
Que se solta simplesmente por partir
Dm7 G7 C (bis)
E querer explicá-la com palavras
D7 G
É cantar saudade a quem não sabe sentir
(intro)
A dor da lágrima eu sei bem de onde brota
E7 Am
Das nascentes de algum rio de aguada boa
C D/C Bm E7
Eram nuvens de saudade e se acharam
Am D7 G
Nos meus olhos com esse jeito de garoa
Bm
Certas vezes ganham imagens as retinas
E7 Am
Com silhuetas tão difíceis de esquecer
C D/C Bm E7
e transformam tão amargos meus olhares
Am D7 G
pelo sal que os olhos trazem sem querer
Bm
Se ainda fosse pelo menos só uma lágrima
E7 Am
para mostrar toda a tristeza que se tem
C D/C Bm E7
mas elas chegam amadrinhando o sentimento
Am D7 G
com recuerdos de saudade por alguém
(intro)
Pampa
(intro) Am F E7 Am
Am F
A Pampa é um país com três bandeiras e um homem que mateia concentrado,
Dm F E7 (Am F E7 Am)
seus olhos correm por sobre as fronteiras que o fazem tão unido e separado!
Am F
A Pampa é um lugar que se transcende,fronteiras são impostas pelas guerras;
Dm F E7 (Am F E7 Am)
“y el gaúcho”, com certeza, não entende três nomes, três brasões pra mesma terra!
Am F
O campo a se estender, imenso e plano, alarga o horizonte “mas allá”.
Dm F E7 (Am F E7 Am)
Talvez seja por isso que o pampeano enxerga além... De onde está!
A E F#7 E
Assim é o povo fronteiro,tropa, cavalo e tropeiro vão na mesma vez...
E E A F#7
Pátria e querência na estampa,somos um só nesta pampa,mas se contam três...Por que se contam três?
Am F
Meu verso vem de Jaime e Aureliano, de Rillo e Retamozo – um céu azul!
Dm F E7 (Am F E7 Am)
Sou Bento e Tiaraju, heróis pampeanos da forja desse Rio Grande do Sul!
Am F
A voz vem de Cafrune e canta assim,a rima de Lugones, minha sina,
Dm F E7 (Am F E7 Am)
e a fibra de Jose de San Martín; a História é quem me inscreve na Argentina!
Am F
Meu canto vem de Osíris, voz antiga da Pampa que em meu sangue não se esvai...
Dm F E7 (Am F E7 Am)
Comigo vem Rivera, vem Artigas... Legenda eu sou... No Uruguai!
A E F#7 E
Rumos dessa Pampa Grande, viemos dos versos de Hernandez, somos céu e chão...
E E A F#7
Todo o pampeano, sem erro,tem muito de Martin Fierro pelo coração... Dentro do coração!
Gaudêncio Sete Luas
Tom: C
Intro: Am Am/G F E7
Am Am/G F
A lua é um tiro ao alvo
E7
e as estrelas bala e bala
Am Am/G F
Vem minuano e eu me salvo
E7
no aconchego do meu pala
Am A7 Dm
Se troveja gritaria
G C
Já relampeia minha adaga
Am Am/G F
Quem não mostra valentia
E7
já na peleia se apaga
Am A7 Dm
Marquei a paleta da noite
G C
com o sol que é ferro em brasa
Am Am/G F
O dia veio mugindo
E7
pra se banhar em água rasa
Am A7 Dm
Pra me aquecer Mate quente
G C
Pra me esfriar Geada Fria
F
não vai ficar pra semente
E7
quem nasceu pra ventania
Intro E7 Am
O Valor do Cavalo Crioulo
Tom: C
A Bm
Quem vive no mato conhece madeira
E7 C#m
Quem faz a farinha conhece o monjolo
F#7 Bm
Quem sabe das voltas da lida campeira
E7 A
Conhece o valor do cavalo crioulo
A Bm
Não teme a intempérie, um forte não cansa
E7 C#m
Cavalo que sabe o que tem a fazer
F#7 Bm
É o pingo do pai, do avô, da criança
E7 A A7
Valente na lida, fiel no lazer
Dm G7 C F
Na marcha, no freio, no enduro, no laço
Bm7(b5) E7 Em7(b5) A7
Ou no anonimato de alguma invernada
Dm G7 C F
Campeiro e cavalo, com chuva e mormaço
Bm7(b5) E7 A E7 A
São velhos parceiros de lida e de estrada
A Bm
Cavalo crioulo se vê nessa imagem
E7 C#m
A própria querência que nunca se esgota
F#7 Bm
Irmão confidente daqueles que trazem
E7 A
A marca dos loros timbrada nas botas
A Bm
Por isso este pingo faz parte da gente
E7 C#m
Do nobre, do rude, do rei e vassalo
F#7 Bm
Que mesmo em caminhos dos mais diferentes
E7 A A7
Seguimos montados no mesmo cavalo
A E7 A
Cavalo crioulo um tesouro do pago
F#m Bm
Tu és o atavismo que nunca tem fim
Bm F#7/C# Bm/D
Que embala a tropilha dos sonhos que trago
E7 A
Na alma crioula que há dentro de mim!
Milongão do Campo Afora
Tom: C
Am Dm
No dia-a-dia da estância quando enfreno pra lida
G7 C E7
As léguas são mais compridas ao se dizer campo afora
Am Dm
Com o tinido da espora componho coplas ao tranco
G7 C E7
Pra demonstrar quando canto o campeirismo que aflora
Am Dm
Tordilha, negra, cabana, de “visitá” o chinaredo
G7 C E7
Guarda consigo segredos da doma e do arrocino
Am Dm
Sabendo por próprio tino que se do boi cruza o rastro
G7 C E7
Há um taura firme nos bastos e um laço no seu destino
A C#m Bm A7
(De a cavalo sigo ao tranco assoviando uma milonga
Dm G7 C E7
Remoendo coisas da vida pra outros dias que vêm
F E7
Repontando algum anseio desgarrado do rodeio
Am
Ou da ternura de alguém.)
Dm
Nas lidas manejo o freio conforme a volta do dia
G7 C E7
A repontar melodias e os mais terrunhos floreios
Am Dm
Seja num simples ponteio de um pica-pau na tronqueira
G7 C E7
Ou num clarear de boieira quando a noite se anuncia
Am Dm
E ao findar outro dia de talareio de esporas
G7 C E7
Repouso a esperar a aurora pra encilha de um bom cavalo
Am Dm
Pois a estampa que falo de gauchada campeira
G7 C E7
Se encontra lá na fronteira milongueando campo afora
La Invernada Hornero
Intro: Em C B7 Em B7 Em E7 Am D7 G C F B7 Em
C B7
Vem da invernada dos tempos rasgando olheiras de sol
Em
As patas cortam os ventos, no sangue um velho arrebol
C B7
Assim chegou no Rio Grande para o gaúcho saudá-lo
Em B7 Em
Desde então, por onde ande, Hornero é o rei dos cavalos
B7
Imprime à estirpe essa imagem, sua função sem igual
Em
Morfologia e coragem numa fusão ideal
C B7
Surgem campeões para o freio em dinastias de irmãos
Em
Arunco, nobre, faceiro, olvido, inteiro e brasão
C B7 Em
Tantos mais nesse entreveiro e outros que ainda serão
Am7 D7 G
(E, assim, La Invernada Hornero morreu, ficando em seu clã
C Am B7 Em
Segue a correr nos potreiros das gerações do amanhã
Am7 D7 G
Deixem que a lua entordilhe lá nas lonjuras do azul
C Am B7 Em
Ficou um pouco do Chile nessas manadas do sul)
Int.
C B7
O pago inteiro padece, faz-se um silêncio de galos
Em
Qualquer gaúcho entristece quando se vai seu cavalo
C B7
Meu coração bateu asas pra se esconder na poesia
Em E7
E um João-Barreiro fez casa numa cocheira vazia
E7 Am7 D7 G
Quando um BT se aproxima, com sua marca no couro
C Am B7 Em Bis
Eu vejo Hornero por cima da sua prole de ouro
Int.( )Int.
Estórias de Laço
Tom: D
Dm Dm/C Dm/B
Um boi brasino dorme nesse laço
A7
O sono eterno de quem já se foi
Dm Dm/C Dm/B
Hoje não sente mais os tironaços
A7 Dm
Que lhe judiavam quando era um boi
Gm
O fio da faca lhe roubando a vida
Dm
A dor do ferro ensangüentando o chão
Gm
A luz se apaga pois já está perdida
A7 Dm
Um boi sangrado tarde de verão
Gm
Couro estaqueado com o maior capricho
Dm
É de brasino, vai dar laço forte
Gm
Que sina estranha que carrega o bicho
A7 D
Servindo os homens até depois da morte
G
(Hoje o brasino é mais um doze braças
A7 D
Que vem na anca do meu pingo mouro
A7
Nada é pra sempre tudo um dia passa
Dm
Lembra-me o boi de quem só resta o couro)
Dm Dm/C Dm/B
Um boi brasino dorme nesse laço
A7
O sono eterno de quem já se foi
Dm Dm/C Dm/B
Hoje não sente mais os tironaços
A7 Dm
Que lhe judiavam quando era um boi
Gm
Quando eu atiro esse meu velho laço
Dm
E ele viaja em busca de outro boi
Gm
Bate nas aspas cerra num abraço
A7 Dm
Eu vejo o antes junto do depois
Gm
O boi não quer o laço do brasino
Dm
Senta, escarceia como ouvindo alguém
Gm
Que diga: luta contra o teu destino
A7 D
De ser um laço como eu sou também
Estampa de Bandear Querência
Tom: C
Am Dm
Um xergão velho surrado carona forte de sola
G7 C
Um basto quatro cabeças das bandas de paysandu
Am Dm
As barrigueiras de espelho são feitio do tio Camilo
F Am E7 Am
Pelego é do meu estilo, sovado e com carnal cru
Am Dm
O laço de doze braças enrodilhado nos tentos
G7 C
Um mouro de fundamento arrucinado ao meu gosto
Am Dm
Um chapéu bem desabado pra os tempos feios de inverno
F Am E7 Am
O poncho parceiro eterno pr’algum mangaço de agosto
F E7
(Quando se deixa uma estância sonhos e pingos por diante
Am
A estampa me garante a vida noutra querência
A A7 Dm
A alma carrega a essência de campeiro e domador
G7 C
E as marcas do tirador são a minha confidência
E7 Am
E as marcas do tirador são a minha confidência)
Am Dm
Uma pilcha de respeito o cavalo de valor
G7 C
Um sonho de domador com estampa bem campeira
Am Dm
A alma é traiçoeira quando se fala em querência
F Am E7 Am
Mas se carrega a vivência com retoques de fronteira
Dm
Um bagual baio por diante pra sova bem despacito
G7 C
Mas se acaso houver cambicho n’algum volteio deixada
Am Dm
Pé nas garra na ramada pra alguma estância ou bolicho
F Am E7 Am
Pra ajeita o baio a capricho e leva-lo pra uma amada
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