Am
Pegaram Adão Formiga
“inda” com a faca na mão
com o vermelho da sangria
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escorrendo pelo chão.
Na bombacha remendada
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limpava a faca de um lado
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como querendo esconder
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o intento de ser culpado...
Am
Quem diria Adão Formiga
vizinho de uns trinta anos
carneando um capão alheio...
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Talvez fosse por engano
Mais a marca no pelego
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de tinta, mostrava o dono
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e a noite apontava a pressa
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pra um galho de cinamomo.
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Toda a semana na estância
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vai pra consumo um capão
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escolhido por bem gordo
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nos mandados do patrão.
A7__________________Dm
Pois quem produz sabe bem
____________________Am
Quanto lhe custa o serviço
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de cuidado e produção
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pra alguém depois dar sumiço.
Porque não pediu uma changa
pois trabalhar não é feio
resolveu por conta justa
apossar-se do alheio.
Quem sabe nas “precisão”
pedisse uns “pila” emprestado
mas esperou mais a noite
pra cruzar pelo alambrado.
Am
Um sorro a sombra da noite
uma faca de bom corte
um carancho num cordeiro
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inverno com geada forte.
Cada qual no seu destino
_________________Am
no ciclo anormal do homem
_________________Am
uns matam só por famintos
______E___________Am
uns pra matarem a fome
Am
E agora Adão Formiga
tem fama na redondeza
todos sabem de onde é a carne
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que as vezes bota na mesa
Pois quem carneia um capão
_________________Am
pra “mata” a fome do filho
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mata quatro, cinco ou seis
______E___________Am
depois não sai deste trilho
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