quarta-feira, 25 de maio de 2011
Montado na Saudade
Tom: E
Intro: E B7 E
E B7
Eu já nasci de a cavalo seu moço, naquele mundo
A E
Que só existe na história dos velhos, fundão de fundo
E7 A
De lá que eu trago este causo, seu moço, porque é verdade
Ebº E B7 Am E
Que vez por outra me pego montado nesta saudade
B7
Era no tempo das tropas de maio, cada boiada
A E
Que se apartava da flor dos rodeios das invernadas
E7 A
Daquela feita nós vinha no rumo duma charqueada
Ebº E B7 Am E
Com uma ponta de bois e turunos de aspa virada
B7
Naquele tempo a valença dum homem era seu braço
A E
Sua tropilha, seu par de cachorros, seu poncho e laço
E7 A
Eu era um taura de boa coragem e respeitado
E B7 Am E
Por bom de corda, mas, principalmente, por bem montado
[INTRO]
B7
Tinha um tostado que nessas fronteiras, era afamado
A E
Não teve boi que pisasse na frente, do meu tostado
E7 A
Quem é da lida conhece o valor que se dá prum pingo
Ebº E B7 Am E
Naquela vida quem tinha um cavalo tinha um amigo
B7
Mas como eu vinha contando seu moço, tinha chovido
A E
Quando chegamos no passo do arroio, tava crescido
E7 A
Toda a prudência mandava esperar pela vazante
Ebº E B7 Am E
E o capataz decidiu que a jornada seguisse adiante
B7
Então mandou que eu largasse na frente, puxando a ponta
A E
E eu atraquei meu tostado na enchente sem fazer conta
E7 A
Os culatreiros apertaram a tropa contra a barranca
E B7 Am C#m
E o gadario se atirou na crescente, batendo guampa
D#m7(b5)
É nessa hora de cada vivente, que a vida ensina
G#7 C#m
Que a morte mora mais perto da gente que se imagina
C#7 F#m
Um boi salino alçou alcançou meu cavalo e meteu a aspa
E G#7 C#m
Entre a bombacha e a aba do basto, e me atirou n'água
D#m7(b5)
O meu tostado nadou mais um pouco, e sentiu minha falta
G#7 C#m
Deu meia volta à procura do dono, cortando água
C#7 F#m
Peguei na cola do pingo e nos fomos corrente abaixo
E B7 Am E
Até que o rio nos atirou campo fora, num despraiado
B7
Aqueles tempos se foram, seu moço, tudo é passado
A E
Levaram junto as tropilhas e as tropas, e o meu tostado
E7 A
Por isso os olhos molhados, seu moço, porque é verdade
Ebº E B7 Am E
Que vez por outra me pego montado nesta saudade
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