domingo, 5 de junho de 2011
Os Cataventos do Tempo
Tom: E
Em B7 Em
Por estes campos de invernadas da estância
E7 Am
Sofreno o zaino bem em frente a uma tapera
B7
Onde cravada junto a sombra da figueira
Em
Uma cruz grande vai somando primaveras
Cruz de galhos tão antiga quanto o tempo
E7 Am
Que fez macegas crescerem pelo potreiro
B7
Junto às raízes, mesma terra qual semente
E B7
Descansa em paz, com certeza, algum campeiro
E C#m A G#m7
E os meus olhos, que viveram mananciais
F#m7 B7 Em B7
Hoje pararam, contemplando o arvoredo
C#m A G#m7
E um ventito, voa as asas do meu pala
F#m7 B7 Em B7
Chega soprando da cacimba algum segredo
Int.
B7
Talvez um marco, delimitando divisas
E7 Am
Numa fronteira entre a campanha e o céu
B7
Quantos andantes que cruzaram por aqui
Em
Em reverência ergueram a aba do chapéu
E a cruz de galho, cata-ventos de um tempo
E7 Am
Não gira tanto quanto o tempo que passou
B7
Pela campanha que se perde em invernadas
E B7
Quantas mais cruzes o destino já cravou
E C#m A G#m7
(E esses campeiros, que sob cruzes descansam
F#m7 B7 E B7
Feito um angico, que nasce em fundo de campo
E C#m A G#m7
Foram um cerne bueno e firme que tombaram
F#m7 B7 E B7
Pois nem o cerne da madeira dura tanto)
( )
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